ESCOLA MUNICIPAL JOAQUIM DINIZ ROCHA
PROFESSORA AUTORA DO PROJETO: CRISTINA BORGES
TURMA ENVOLVIDA : FASE II DO I CICLO
BAIRRO (10)CAMINHADO: MONTE VERDE
MESES E ANO DE AÇÃO: DE OUTUBRO A DEZEMBRO DE 2007
Por que realizar um projeto de intervenção no bairro Monte Verde?
A vizinhança da escola está repleta de lixos. As pessoas que transitam nos caminhos do bairro jogam lixos pequenos e grandes no chão e em outros lugares diariamente – e parecem ter se acostumado a percorrer as ruas e trilhas sujas. O problema é ainda maior: há áreas verdes destruídas que se tornaram verdadeiras lixeiras.
Recém-chegada na escola, soube de algumas iniciativas para tentar recuperar as áreas destruídas e outras para ao menos amenizar o problema. Nada foi resolvido.
Minha intenção mais forte não é a de resolver um problema que, para ser eliminado, precisa da intensa e interessada participação da comunidade, da escola e do poder público. Desejo, junto dos alunos, antes de tudo, ocupar criativamente espaços abandonados e mal cuidados que fazem parte dos arredores da escola. Temos também o grande interesse de fazer com que os passantes façam perguntas e sejam surpreendidos pelas inesperadas intervenções. Pretendemos criar descaminhos. Para isso, usamos também a poesia de Manoel de Barros, que quase sempre vê as coisas inúteis, abandonadas, não valoradas de um jeito muito especial e subversivo.
Para que serve um projeto como esse?
Ø Refletir, de várias formas, sobre o problema do lixo que é jogado de maneira indevida e abundante em muitas partes do bairro;
Ø Usar o lixo encontrado no caminho até a escola, nas matas próximas e próximo das casas dos alunos para produções diversas;
Ø Investigar as múltiplas possibilidades de transformar objetos descartados;
Ø Despertar a curiosidade dos passantes dos caminhos com instalações de objetos produzidos pelos alunos;
Ø Conhecer e apreciar concepções e trabalhos de artistas plásticos de diversos períodos da história da arte, sobretudo da arte contemporânea;
Ø Ocupar criativamente espaços abandonados, sujos, mal cuidados;
Ø Extrapolar os limites da escola;
Ø Reinventar caminhos;
Ø Trabalhar com a idéia de apropriação: usar recursos locais e transformar o entorno (e a própria escola).
Ø Dar novos valores a coisas, objetos que foram descartados e que estão abandonados – ter novos olhares sobre eles e propor a outros que também vejam de outras maneiras.
Ø Trabalhar com a poesia de Manoel de Barros e estabelecer um diálogo do projeto com seus temas.
Desenvolvimento
- Coleta de materiais descartados encontrados na comunidade;
- Seleção dos materiais coletados para a realização dos trabalhos;
- Ensino de história da arte;
- Leitura e troca de idéias sobre poesias de Manoel de Barros;
- Visitas em vários locais da comunidade e escolha dos espaços que receberão intervenções;
- Envio de e-mails para estabelecer contato com artistas plásticos contemporâneos que realizam intervenções diversas no país;
- Realização das intervenções e registros fotográficos;
- Produção de folhetos de divulgação para a comunidade.
Recursos
+ Humanos: alunos, professora, coordenadora, comunidade, coletivo da escola, passantes;
+ Materiais: muitas coisas imprestáveis.
Avaliações
Ø Observaremos:
- se foi legal;
- o tempo de permanência dos trabalhos(se foram arrancados, modificados por diversos fatores, etc);
- o que sentimos ao fazer as intervenções;
- se pudemos escutar com mais profundidade a poesia de Manoel durante as ações;
Ø será feito um pequeno questionário para o pessoal do bairro;
Ø durante o processo, trocaremos idéias que serão anotadas.
Bibliografia e fontes consultadas
SCOTTON, Maria Teresa. A Representação da infância na poesia de Manoel de Barros.PRESENÇA PEDAGÓGICA, vol.12,págs.49 a 57,n.º 67,jan./fev.2006
BARROS, Manoel. O livro das ignorãças. Rio de Janeiro: Record,2001b.
FRANCA,Patrícia; NAZÁRIO,Luiz(orgs.). Concepções contemporâneas da arte.Belo Horizonte: Humanitas, ed.UFMG. 2007
http://poro.redezero.org/http://www.giabahia.blogspot.com/http://www.releituras.com/manoeldebarros_bio.asp